segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sinais Vitais

  A temperatura corporal é proveniente do calor produzido pela atividade metabólica. Vários processos físicos e químicos promovem a produção ou perda de calor, mantendo o nosso organismo com temperatura mais ou menos constante, independente das variações do meio externo. O equilíbrio entre a produção e a perda de calor é controlado pelo hipotálamo: quando há necessidade de perda de calor, impulsos nervosos provocam vasodilatação periférica com aumento do fluxo sanguineo na superfície corporal e estimulação das glândulas sudoriporas, promovendo a saída de calor. Quando há necessidade de retenção de calor, estímulos nervosos provocam vasoconstrição periférica com diminuição  do sangue circulante local e, portanto, menor quantidade de calor é transportada e perdida na superfície corpórea.

ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA TEMPERATURA
Fatores que reduzem ou aumentam a taxa metabólica levam respectivamente a uma diminuição ou aumento da temperatura corporal:
-         sono e repouso
-         idade
-         exercícios físicos
-         emoções
-         fator hormonal
-         em jovens, observam-se níveis aumentados de hormônios
-         desnutrição
-         banhos a temperaturas muito quentes ou frias podem provocar alterações transitórias da temperatura
-         agasalhos
-         fator alimentar

TEMPERATURA CORPORAL NORMAL
Em média, considera-se a temperatura oral como a normal 37ºC, sendo a temperatura axilar 0,6ºC mais baixa e a temperatura retal 0,6ºC mais alta.
 
TERMINOLOGIA
Hipotermia: temperatura abaixo do valor normal. Caracteriza-se por pele e extremidades frias, cianoses e tremores;
Hipertermia: aumento da temperatura corporal. É uma condição em que se verifica: pele quente e seca, sede, secura na boca, calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de fraqueza, taquicardia, taquipnéia, cefaléia, delírios e até convulsões.

AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
O termômetro deve ser colocado em local onde existam rede vascular intensa ou grandes vasos sanguineos, e mantido por tempo suficiente para a correta leitura da temperatura. Os locais habitualmente utilizados para a verificação são: cavidade oral, retal e a região axilar.

TEMPO DE MANUTENÇÃO DO TERMÔMETRO NO PACIENTE
-         oral: 3 minutos
-         axilar: 03 a 05 minutos
-         retal: 3 minutos

PULSO
Toda vez que o sangue é laçado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial, evidenciadas quando se comprime moderadamente a artéria contra uma estrutura óssea.

LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DO PULSO
Normalmente faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial. Artérias mais calibrosas como a carótida e femoral poderão facilitar o controle. Outras artérias, como a temporal, facial, braquial, poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a verificação do pulso.

CARACTERISTICAS DO PULSO
-         Freqüência:
Varia de acordo com a idade e o sexo.
VALORES NORMAIS:
Recém nascido                            120 a 140
Lactente                                      100 a 120
Segunda infância e adolescência 80 a 100
Adulto                                            60 a 80
-         Volume
O volume de cada batimento cardíaco é igual em condições normais. Quando se exerce uma pressão moderada sobre a artéria e há certa dificuldade de obliterar a artéria, o pulso é denominado cheio, porém, se o volume é pequeno e a artéria fácil de ser obliterada tem-se o pulso fraco ou fino.
-         Ritmo
O intervalo de tempo entre os batimentos em condições normais é igual, e o ritmo nestas condições é denominado normal ou rítmico. O pulso irregular é chamado arrítmico.

TERMINOLOGIA
-         normocardia: freqüência normal;
-         bradicardia: freqüência abaixo do normal;
-         taquicardia: freqüência acima do normal
-         taquisfigmia: pulso fino e taquicardico;
-         bradisfigmia: pulso fino e bradicárdio.
 
RESPIRAÇÃO
Por meio da respiração é que se efetua a troca de gases dos alvéolos, transformando o sangue venoso rico em dióxido de carbono e o sangue arterial rico em oxigênio. O tronco cerebral é a sede do controle da respiração automática, porém recebe influencias do córtex cerebral, possibilitando também, em parte, um controle voluntário. Certos fatores, como exercícios físicos, emoções, choro, variações climáticas, drogas podem provocar alterações respiratórias.

VALORES NORMAIS
Recém nascido: 30 a 40 por minuto
Adulto: 14 a 20 por minuto

TERMINOLOGIA
-         bradpnéia: freqüência respiratória abaixo do normal;
-         taquipnéia: freqüência respiratória acima do normal;
-         dispnéia: dificuldade respiratória;
-         ortopnéia: respiração facilitada em posição vertical;
-         apnéia: parada respiratória;
-         respiração de Cheyne Stokes: caracteriza-se por aumento gradual na profundidade, seguido por decréscimo gradual na profundidade das respirações e, após, segue-se um período de apnéia.
-         Respiração estertorosa: respiração ruidosa.

PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial reflete a tensão que o sangue exerce nas paredes das artérias. A medida da pressão arterial compreende a verificação da pressão máxima ou sistólica e a pressão mínima ou diastólica.
A pressão sistólica é a maior força exercida pelo batimento cardíaco; e a diastólica, a menor.

A PRESSÃO ARTERIAL DEPENDE DE:
-         Débito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado do ventrículo esquerdo para o leito vascular em um minuto.
-         Resistência vascular periférica: determinada pelo lúmen (calibre), pela elasticidade dos vasos e pela viscosidade sanguinea.
-         Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos figurados do sangue.
A pressão sanguinea varia ao longo do ciclo vital, assim como ocorre com a respiração, temperatura e pulso.

VALORES NORMAIS
Em individuo adulto, são considerados normais os seguintes parâmetros:
-         pressão sistólica: de 90 a 140 mmhg
-         pressão diastólica: de 60 a 90 mmhg

TERMINOLOGIA
-         hipertensão arterial: significa pressão arterial elevada;
-         hipotensão arterial: pressão arterial abaixo do normal

LOCAIS PARA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
-         nos membros superiores, através da artéria braquial;
-         nos membros inferiores, através da artéria poplítea.

MENSURAÇÃO DA ALTURA E DO PESO
A altura e o peso normalmente são verificados quando existe solicitação médica, não sendo incluídos como medidas de rotina na maioria das unidades de internação. A verificação da altura e do peso é muito importante, em pediatria, endocrinologia, nefrologia. Em certas condições patológicas, como no edema, o controle de peso é fundamental para subsidiar a conduta terapêutica.

TERMINOLOGIA
-         obesidade: aumento de tecido adiposo devido ao excessivo armazenamento de gordura;
-         caquexia: estado de extrema magreza, desnutrição.

OBSERVAÇÕES
-         pesar, de preferência sempre no mesmo horário;
-         pesar com mínimo de roupa;
-         pesar, se possível, antes do desjejum.

Dor: O Quinto Sinal Vital.
- Escalas unidimensionais
As escalas unidimensionais de dor, nas quais o paciente é questionado para descrever a intensidade de sua dor, podem ser de três tipos:

1. visual analógica: o paciente, através de uma régua, indica a intensidade de sua dor; em uma extremidade tem-se “ausência de dor” e na outra “a pior dor possível” (fig. 1).



2. numérica: o paciente quantifica a intensidade de sua dor em uma escala de 0 a 10.

3. categórica: o paciente classifica a sua dor como ausente, leve, moderada ou severa.

Estas escalas são confiáveis e válidas e podem ser usadas em associação com as recomendações analgésicas da OMS.(10) Trata-se de escalas que são freqüentemente empregadas em ambientes clínicos por serem de aplicação fácil e rápida. Particularmente, as escalas numérica e categórica são fáceis para os pacientes e, em geral, podem ser usadas para avaliar a severidade da dor tanto em ambulatórios quanto em hospitais. A escala categórica é facilmente entendida até mesmo por aqueles pacientes com déficit cognitivo.

- Escalas multidimensionais
Ferramentas de avaliação de dor detalhadas foram desenvolvidas para auxiliar o especialista a medir e avaliar o efeito da dor no humor, nas atividades diárias e na qualidade de vida - propriedades estas que a escala unidimensional não consegue detectar.(11) Entretanto, as escalas multidimensionais são mais difíceis para o paciente completar e, além disso, a influência da dor na vida do indivíduo pode ser avaliada por um histórico detalhado. Elas devem ser reservadas para situações específicas, como estudos científicos.

Algumas escalas multidimensionais incluem indicadores fisiológicos, comportamentais, contextuais e, também, os auto-registros por parte do paciente. Um exemplo é o Questionário de McGill, que utiliza palavras como descritores para a avaliação dos componentes sensorial, afetivo e avaliativo da dor.(12) Escalas de palavras afetivas que descrevem a experiência da dor são incluídas no questionário e podem detectar sinais de depressão.

Em resumo, atualmente a dor é considerada um sinal vital tão importante quanto os outros e deve sempre ser avaliada num ambiente clínico para se empreender um tratamento ou conduta terapêutica. A eficácia do tratamento e o seu seguimento dependem de uma avaliação e mensuração da dor confiável e válida.

Dada essa ênfase na mensuração e na avaliação da dor, entendemos que todas as escolas da área de saúde deveriam, urgentemente, implementar, em suas estruturas curriculares, disciplinas ou cursos com o propósito de ensinar e disseminar o uso desses instrumentos e/ou escalas de avaliação e mensuração da dor. 

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